quarta-feira, 28 de outubro de 2009

bem vindo ao passado

Não sei dizer-te o que sinto de maneira nenhuma. Talvez por não existir palavras suficientes para isso. Não me apetece escrever. Não me apetece dizer nada. Apenas pensar em ti. Deitar-me, viajar para bem longe daqui. Viver na fantasia de te ter do meu lado. Fecho os olhos e ainda sinto o sabor dos teus labios, o calor do teu corpo, o som da tua voz. Queria poder ter-te de volta enrolar-me no teu corpo, sentir o teu abraço e o teu toque doce. Vivo num circulo de sensações intensas, pouco claras, ofegantes. É a tua respiração que guia o ritmo do meu passo. São os teus olhos que mostram aquilo que eu sonho ver. És tu, tu e eu, muito longe de um nós. Muito longe de mim. Juro a mim mesma que não existirá uma segunda parte. Custa-me fazer coisas que não quero. Custa-me tanto recordar-te. Custa-me não te esquecer. Quero ver-te a afundar para te tentar salvar, ir mais longe do que é possivel, contigo. Vamos gastar todas as forças. Cair no chão frio. Olhar nos olhos um do outro e ver o que é impossivel descrever em mil e uma palavras. Gritar bem alto. Sorrir com vontade. Vamos chorar de alegria, por favor. Quero-te junto da minha mão, sentir a tua a colar-se na minha, os dedos presos uns nos outros. Tenho saudades de estar de mão dada contigo, parece que mais ninguém tem o poder de me fazer tão feliz quanto aquilo que me fizes-te ser.
''Eu quero lutar contigo devagar. Da-me os braços vem comigo expirar''

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

pequeno ser

Os sentimentos pairam, a imensidão resumiu-se a um pequeno espaço onde percorro os pequenos dias da minha vida. Olho ao espelho e vejo-me ao teu lado. Loucura. Pura Loucura. Olho e vejo a minha imaginação. A minha vontade, o meu querer. Nada mais que isso. É feio, muito feio desejar-te. Não por mim nem por ti. É pelo mundo que me rodeia e pela simplicidade com que os sentimentos sobrevivem dentro de nós, de mim. Principalmente dentro de ti. Tu és algo inexplicável e inalcançável para mim. Um pequeno ser vive de ti para ti. Não eu, não me considero pequena muito menos um ser. Eu sou mais que eu, sou o além do que é permitido ser, sou mais do que aquilo que penso. O ser é algo demasiado extenso para me descrever. Eu sou demasiado vincada para ser considerada um ser. Sou mais do que a dor, mais do que o amor, mais do que a alegria e o ódio que sinto por ti. Sou mais que tudo isso, porque isso cabe dentro de mim ao mesmo tempo. Tudo isso vive de mim, para alguém, hoje para ti. Amanhã? Amanhã não sei.

sábado, 10 de outubro de 2009

Voltas estranhas

Consomes-me a alma. Consomes-me o ser. Consegues consumir tudo aquilo que sou mesmo quando não sou eu. Eu para ti sou tudo que quiseres que eu seja. Tudo o que quiseres, cheirar, tocar, olhar, apreciar. Acima de tudo o que quiseres consumir. Sou bailarina, trapezista, pintora, actriz. Faço tudo o que quiseres e que me deixares fazer sobre a tua influência. Hoje fizeste-me escrever. Tudo isto porque me consomes. Consomes-me não porque me queres consumir mas porque eu quero porque te quero consumir. Consomes-me as forças, a vontade, a ambição, o meu calor humano. Consomes tudo aquilo que sou a uma velocidade alucinante. És rápido, não que seja uma característica particularmente tua mas minha, a minha folia. Faço com que te tornes perspicaz. Não deixas rasto e o teu efeito demora pouco tempo a fazer-se sentir. A mínima coisa serve para me despertares. Basta o cheiro do teu perfume.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

( embrião )

Consigo desvendar mistérios. Mistérios que não deveriam ser desvendados, sensações que não deveriam estar flor da pele, decisões que não deveriam ser tomas, questões que não deveriam ser postas. Deixaste-me, deixas-te para trás uma vida. Não pensas-te no futuro. Não pensas-te nos outros e não pensas-te em ti. És momentâneo, és irresponsável e inconsciente. Não te posso apontar nada. Eu também o sou, sou tudo isso que te apontei. Sou aquilo que critico em ti. Critico aquilo que tenho de pior crítico o que herdei de ti. Um nada uma revolta, um sofrimento. Passas-te o limite, o limite do ser humano, o limite de merecer ser respeitado por mim, pelos outros. Sinceramente tenho pena, não sei se pena de mim, de ti ou da situação. Não sei de nada, sei viver contigo, com a tua ausência, com o facto de estares presente sem eu o desejar. Não te posso dizer que te odeio. Isso seria uma mentira, também não posso dizer que gosto de ti. Ai, estava a ditar uma maior mentira. És me indiferente. Sim, provavelmente é disso que eu tenho pena. De não seres nada. Não sinto a tua falta, porque nunca estives-te comigo. Também não quero que estejas. Não tenho flores no cabelo nem me visto de cores alegres Posso não ter o ideal de felicidade. Mas sim sou feliz, à minha maneira. E tudo isto graças a ti, graças ao facto de não estares na minha vida. Encontrei-o. Sim, encontrei-o. O grande amor da minha vida e tudo graças a ti. Muito obriga não me desejares, não me queres na tua vida. Do fundo do coração muito obrigado, um obrigado com uma lágrima no olho e uma ferida no coração. Mas acima de tudo muito obrigada.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

flutuo

Sai de casa no seu melhor. Discreta, tranquila, bonita, com um sorriso agradável. Um passo certo, descontraída balança o corpo sem o entoar. Sabe-lhe bem esta sensação. Procura esconder a mudança dos seus olhos, não pensa no que está a ser transformado apenas ignora, ignora e apoia como se de nada importante para ela fosse. Não era com ela. Sempre viu as coisas pretas e brancas. Não existiu um meio-termo. Sente o coração a disparar e pensa que é pura estupidez, adrenalina. Já mais pusera a hipótese de ser algo mais que isso. E é verdade, para ela não passa de teimosia.Passa os corredores, desce as escadas, sai para a rua e passa a porta principal como se fosse entrar num palácio. Projecta o seu olhar para o vazio como se não lhe importa-se o que se passa à sua volta. Passa a multidão encontra o seu lugar, pega no seu cigarro, o fiel, puxa-o para a boca segura com os lábios e acende-o com pressa. Sentiu, sentiu o primeiro trago, a primeira passa que deu, acalmou-se relaxou, sorriu e continua a sua conversa. Passa a mão no cabelo e gira discretamente o corpo enquanto dá uma gargalhada, queria avista-lo. Acabou o tempo, apagou o cigarro, o passo tornou-se mais lento e o sorriso menos aberto já a conversa continua. Sente a presença dele, a tensão nasce. Ri, brinca, o passo mais seguro e as pernas mais tremules. Passa o corredor de uma ponta a outra, para à porta e diz, bom dia, entra e senta-se. Já não pensa mais naquele momento glorioso, apagou-se da memória, ela simplesmente não pensa nisso, é tudo teimosia. E já mais será posto em causa que disso não passará.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Não, não quero

Chiu. Não quero barulho, não quero palavras. Quero uma melodia harmoniosa. Quero o vazio do silêncio que a música me dá à porta do coração.
Quero, detesto esta palavra. Neste momento detesto-a, pelo menos sem um não a antecipa-la. Não, não quero mais nada. Não quero paz, não quero tranquilidade, não quero confusão, não quero nada, quero o vazio. Quero-me a mim e não quero descobrir nada sobre quem sou. Não quero sentir o que sinto. Não quero. Não, eu só quero não querer. Por isso não quero, digo mil e uma vezes para mim, para quem sou, não quero, não quero e não quero.
Não, acho que passou a ser a minha palavra de eleição. Um não impõe a barreira que preciso de ter para querer não querer o que quero. Muitas palavras para um só, muita repeticção, muito constragimento. Muito não. Muito querer.
É o querer muito, muito mais do que o que posso ter por isso não quero. Não quero mais, não quero nunca mais. Ouve-me por favor, o meu apelo, não quero.
Não quero dirigir-te este texto. Não quero dirigir-te nada nem um olhar. Não quero passar por ti, não. Não me sinto preparada para aceitar que te quero. Porque quero não te querer mais, nunca mais. Não te quero nem muito nem pouco quero-te como se fosses um nada. Não quero que estejas na minha vida. Sai, desaparece, corre daqui para fora. Já! Não queres sair, desaparecer, correr daqui para fora, pelo menos esconde-te, esconde-te num sitio onde não te encontrarei e eu prometo que não te vou procurar, até porque eu não quero.

Sim, estás desculpado

Corremos sem ter meta. Procuramos o que não perdemos, o que não tivemos e o pouco que temos. Sabemos que nada podemos fazer, mas mesmo assim procuramos em nós. Nos outros, nas pessoas, a pessoa. Alguém. Encontramos varios ''alguém'', temos varios ''alguém'', que de nada nos servirão a não ser um pequeno reconforto. Algo momentaneo. Perdido no tempo. Longe do que queremos. Despedimo-nos, despeço-me de ti. Não voltarei para o que mais desejo, o que mais quero. Senti o teu suave adeus, retirei-me num passo silêncioso. Desculpa não te ter dado nada para desculpar este momento. Desculpa por ser eu, desculpa as palavras atiradas ao vento, desculpa todos os momentos esquecidos no tempo que para sempre serão relembrados. A tua lembrança, os teus olhos, o teu cabelo, o teu cheiro, o teu toque que de nada serviu. A água corre-me pelo corpo, a roupa cola-se em mim, subo as escadas num salto, dispo-me do medo e digo-te adeus. Fizes-te de mim o teu perterio. Despeço-me, despeço-me do que mais quero.
''Hoje vou fugir para não me dar à vontade de ser tua''

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