quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Não, não quero

Chiu. Não quero barulho, não quero palavras. Quero uma melodia harmoniosa. Quero o vazio do silêncio que a música me dá à porta do coração.
Quero, detesto esta palavra. Neste momento detesto-a, pelo menos sem um não a antecipa-la. Não, não quero mais nada. Não quero paz, não quero tranquilidade, não quero confusão, não quero nada, quero o vazio. Quero-me a mim e não quero descobrir nada sobre quem sou. Não quero sentir o que sinto. Não quero. Não, eu só quero não querer. Por isso não quero, digo mil e uma vezes para mim, para quem sou, não quero, não quero e não quero.
Não, acho que passou a ser a minha palavra de eleição. Um não impõe a barreira que preciso de ter para querer não querer o que quero. Muitas palavras para um só, muita repeticção, muito constragimento. Muito não. Muito querer.
É o querer muito, muito mais do que o que posso ter por isso não quero. Não quero mais, não quero nunca mais. Ouve-me por favor, o meu apelo, não quero.
Não quero dirigir-te este texto. Não quero dirigir-te nada nem um olhar. Não quero passar por ti, não. Não me sinto preparada para aceitar que te quero. Porque quero não te querer mais, nunca mais. Não te quero nem muito nem pouco quero-te como se fosses um nada. Não quero que estejas na minha vida. Sai, desaparece, corre daqui para fora. Já! Não queres sair, desaparecer, correr daqui para fora, pelo menos esconde-te, esconde-te num sitio onde não te encontrarei e eu prometo que não te vou procurar, até porque eu não quero.

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